Glen H. Stassen: 5 motivos para o estudo histórico dos Batistas Particulares

Em um artigo seminal e controverso, intitulado Anabaptist Influence in the Origin of the Particular Baptists, ao qual ainda voltarei em breve, Glen H. Stassen apresenta cinco motivos pelos quais a historiografia sobre os batistas deveria passar por um tour de force e privilegiar a história dos Batistas Particulares, em detrimento dos batistas gerais. Transcrevo, em sequência, as notas de rodapé que julguei relevantes no texto original. Mantive a numeração original das notas de Stassen. Ao final, ofereço uma breve apreciação de suas ideias.

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GEB, PB, OPB? Dr. R. Scott Clark, (re)intérprete do movimento e da teologia batista.

Não é de hoje que o Dr. R. Scott Clark arranca os cabelos quando ouve a expressão “Batistas Reformados”. Um oxímoro, diz ele, sem meias palavras. A reação é muito parecida, diga-se de passagem, com a dos batistas calvinistas que se ultrajam ao serem postulados herdeiros dos anabatistas. Mas Clark já ultrapassou os limites da ética intelectual, institucional e pessoal do Cristianismo, tendo sido alertado por seus próprios companheiros a respeito de sua má conduta. Um dos interlocutores de Clark costumava ser Brandon Adams, que sempre interagiu de forma cordial e respeitosa para com seu irmão, colhendo disso diversos banimentos, exclusões e restrições de postagem no Heidelblog.

Recentemente, o Dr. Clark decidiu “interagir” com “1689”. Devido à ausência de Adams do blog, quem tem feito as vezes de antagonista maior do teólogo presbiteriano, comentando extensivamente nos posts do Heidelblog em defesa da visão batista reformada, é Amy Mantravadi (que recentemente esteve em um interessante episódio do podcast Mortification of Spin e se prestou a elaborar uma exposição do aliancismo batista reformado em seu blog). Paralelamente, Samuel Renihan, que muito esporadicamente se manifesta em seu site Particular Voices, fez duas postagens, em tom francamente irênico, traçando observações pontuais sobre a visão de Clark (Soft Rain on Tender Grass e We All Have Our Types).

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A batalha pela designação “batista”

Em nosso exame, o Governador nos acusou com o nome de Anabatistas, ao qual eu respondi: Eu rejeito o nome, eu não sou nem um Anabatista, nem um Pedobatista, nem um Catabatista; ele me disse, apressadamente, que eu era todos.

John Clarke, Ill News from New England, or A Narrative of New-Englands Persecution. Londres, 1652, p.5

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Nomes e conceitos importam. Eles trazem consigo uma carga semântica sobre a qual muitas vezes não temos controle. Em determinadas ocasiões, é preciso uma verdadeira refrega para conquistar uma identidade desejada sob a alcunha desejada. É o caso do termo “batista”. Não é possível precisar quando o termo “batista”, enquanto designante do grupo de cristãos que praticava o credobatismo imersivo, foi cunhado e colocado em voga. O que temos são algumas incidências, às vezes mais ou menos satisfatórias, dessa palavra.

Robert B. Hannen, em seu artigo Historical Notes on the Name “Baptist”, faz algumas observações relevantes que merecem referência.

Thomas Helwys, que liderou uma minoria de volta à Inglaterra por volta de 1612, usou o título ‘A Igreja de Cristo’ em sua confissão daquela data, e esse nome não-inflamante foi usado repetidamente por outros na história subsequente do movimento. Alguns dos nomes preferidos foram ‘Igrejas que são comumente (embora falsamente) chamadas Anabatistas,’ ‘Congregações reunidas segundo o Padrão Primitivo,’ ‘Cristãos (batizados sob Profissão de sua Fé)’ e ‘Crentes Batizados.’ Nem mesmo uma das confissões do século XVII usa o nome “Batista” como um título descritivo. (…)

O que é geralmente conhecido como os Registros de Broadmead, Bristol, foram intitulados, de fato, “Os Registros de uma Igreja de Cristo,” e sua correspondência parece ter seguido essa forma. (…)

O estilo muda, entretanto, em comunicados endereçados a oficiais públicos, pois neste caso alguma especificidade tinha que ser introduzida para distinguir um grupo de Cristãos de outro. Ainda assim, o nome “Batista” não é usado, mas “igrejas batizadas” ou “aqueles que são chamados Anabatistas”.

(Historical Notes, p. 63.)

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William Whitsitt e a questão do batismo imersivo: história e historiografia de um problema

A história dos batistas sempre foi um objeto de estudo delicado, quase fugaz. O movimento batista nasceu dos esforços separatistas na Inglaterra do século XVII, sendo, portanto, um movimento ilegal em boa parte de sua primeira infância. Isso significa que os documentos históricos batistas, ao contrário dos registros anglicanos ou, eventualmente, presbiterianos, não se confundem com os documentos oficiais do estado, o que os torna, no mais das vezes, relíquias de difícil acesso. Um tesouro sem mapa, por assim dizer. Além disso, é frequentemente difícil compreender a complexa relação entre os pastores/teólogos batistas e os historiadores batistas que lhes sucederam. Historiadores interpretam os documentos a partir de sua ótica, o que por vezes lança luzes, mas por vezes lança cinzas, sobre a real natureza de alguns fenômenos eclesiásticos. Como resultado desse cenário indistinto, a compreensão da identidade batista requer mais do que uma investigação doutrinária, mais do que uma incursão histórica, ela requer também uma peregrinação historiográfica.

O problema do batismo imersivo nos oferece um bom exemplo.

Em 1896, William Heth Witsitt, então presidente do Southern Baptist Theological Seminary, em Louisville, KY, publicou uma obra cujo título se impõe: A Question in Baptist History: Whether the Anabaptists in England Practiced Immersion Before the Year 1641? Em suma, Whitsitt indaga

Se esse povo inglês adotou, pela primeira vez o batismo por imersão e, assim, tornou-se, no ano de 1641 ou por volta de, os primeiros Batistas?

(A Question, p. 5)

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Ressourcing Baptistic Congregationalist and Particular Baptist History

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