“Crentes não são Abraãos”: John Spilsbery e Nehemiah Coxe sobre o problema dos “filhos da aliança”.

O argumento, em uma casca de noz, é simplesmente este: Deus estabeleceu sua igreja nos tempos de Abraão e colocou as crianças nela. Elas devem permanecer ali até ele as tirar.

B. B. Warfield, The Polemics of Infant Baptism, in: Studies in Theology, vol. 9, p. 408.

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Este artigo está também disponível em espanhol.

Os “Filhos da Aliança”

O entendimento pedobatista acerca do batismo de filhos de crentes passa, necessariamente, pela defesa do conceito de “filhos da aliança”. O conceito carrega a ideia de que os filhos de cristãos participariam, de alguma forma, em virtude da relação pactual de seus pais, da nova administração da aliança da graça, tal como os filhos dos hebreus participavam da velha administração da aliança da graça em virtude da relação pactual de seus pais. Calvino assim o coloca, por exemplo, entre afirmações e indagações:

Se a razão há de ser ouvida, se verá indubitavelmente que o batismo é apropriadamente administrado aos bebês como algo devido a eles. O Senhor não outorgou a circuncisão sobre eles, antigamente, sem fazer deles partícipes de todas as coisas significadas pela circuncisão. Ele teria iludido seu povo com simples impostura, se os tivesse aquietado com símbolos falaciosos: essa ideia mesma é escandalosa. Ele distintamente declara que a circuncisão do bebê lhe será no lugar de um selo da promessa da aliança. Mas se a aliança permanece firme e fixa, ela não é menos aplicável aos filhos de Cristãos no tempo presente do que aos filhos de Judeus debaixo do Antigo Testamento.

Institutas, IV, 16, 5.

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Uma resposta sucinta a Timothy LeCroy

É comumente admitido que havia essencialmente dois pontos de vista sobre o batismo na Reforma: aquela dos Reformadores, que era o batismo infantil; e aquela dos Anabatistas sectários, que era o batismo de adultos. Mas um exame mais detalhado revela que o pensamento dos próprios Pedobatistas, já do início da Reforma, é também dividido por uma diferença de opinião que vai bem mais fundo do que a questão se bebês devem ou não ser batizados.

Paul K. Jewett, Infant Baptism & the Covenant of Grace, p. 78.

Críticas preguiçosas merecem respostas sucintas. E duras. É o caso da crítica histórico-teológica ao credobatismo proferida recentemente por Timothy LeCroy, no Theopolis Institute. Ao longo de meus estudos, vi um número muito considerável de críticas bem elaboradas e refinadas por parte dos pedobatistas. Não é o caso aqui. Mas cumpre dizer, logo de início, que respeito a teologia pedobatista e a considero válida (embora não verdadeira). Cabe o diálogo. O que não é tolerável é que o debate seja capitaneado por homens que distorcem vulgarmente os dados históricos e criam espantalhos de seus interlocutores.

Como se sabe, Peter Leithart é fundador e patrono do Theopolis Institute. Leithart é uma dessas mentes brilhantes, mas dadas a excessos indigestos. Leithart acumula diversos insights histórico-teológicos, mas pisa fora das quadras ortodoxas ao esgrimar sua teologia da aliança, recentemente conhecida como Federal Vision.  É espantoso, dada sua erudição, que textos de calibre delgado como este, de Timothy LeCroy, ganhem espaço em sua página.

Copio e traduzo em vermelho, abaixo, os trechos que pasmam por sua imprecisão, erro ou má fé.

[…]

Onde não há uma forte lógica bíblica, ou, onde fortes defesas poderiam ser feitas de ambos os lados, o precedente da tradição da igreja deveria ter peso na tomada da decisão. 

Tal é o caso com o batismo infantil. Ambos credobatistas e pedobatistas apresentam argumentos bíblicos de que estão plenamente convencidos. Assim, a tradição da igreja é frequentemente trazida à discussão para emprestar gravidade ao apoio de um lado ou outro. 

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GEB, PB, OPB? Dr. R. Scott Clark, (re)intérprete do movimento e da teologia batista.

Não é de hoje que o Dr. R. Scott Clark arranca os cabelos quando ouve a expressão “Batistas Reformados”. Um oxímoro, diz ele, sem meias palavras. A reação é muito parecida, diga-se de passagem, com a dos batistas calvinistas que se ultrajam ao serem postulados herdeiros dos anabatistas. Mas Clark já ultrapassou os limites da ética intelectual, institucional e pessoal do Cristianismo, tendo sido alertado por seus próprios companheiros a respeito de sua má conduta. Um dos interlocutores de Clark costumava ser Brandon Adams, que sempre interagiu de forma cordial e respeitosa para com seu irmão, colhendo disso diversos banimentos, exclusões e restrições de postagem no Heidelblog.

Recentemente, o Dr. Clark decidiu “interagir” com “1689”. Devido à ausência de Adams do blog, quem tem feito as vezes de antagonista maior do teólogo presbiteriano, comentando extensivamente nos posts do Heidelblog em defesa da visão batista reformada, é Amy Mantravadi (que recentemente esteve em um interessante episódio do podcast Mortification of Spin e se prestou a elaborar uma exposição do aliancismo batista reformado em seu blog). Paralelamente, Samuel Renihan, que muito esporadicamente se manifesta em seu site Particular Voices, fez duas postagens, em tom francamente irênico, traçando observações pontuais sobre a visão de Clark (Soft Rain on Tender Grass e We All Have Our Types).

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the many-headed monster

the history of 'the unruly sort of clowns' and other early modern peculiarities

Sacred & Profane Love

Conversations about Art and Truth

Pactualista

Subscrevendo a Confissão de Fé Batista de 1689

Crawford Gribben

mainly on John Owen and J.N. Darby

Queens' Old Library Blog

Rare Books and Manuscripts at Queens' College - University of Cambridge, UK

Petty France

Ressourcing Baptistic Congregationalist and Particular Baptist History

Reformed Baptist Academic Press

Uma imersão em Patrística Batista

Contrast

The light shines in the darkness, and the darkness has not overcome it

IRBS Theological Seminary

Training Ministers to Preach the Gospel (2 Timothy 2:2)

HangarTeológico

Uma imersão em Patrística Batista

The Confessing Baptist

Uma imersão em Patrística Batista

Reformed Baptist Fellowship

Reformational, Calvinistic, Puritan, Covenantal, Baptist

Reformed Baptist Blog

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