A história dos batistas sempre foi um objeto de estudo delicado, quase fugaz. O movimento batista nasceu dos esforços separatistas na Inglaterra do século XVII, sendo, portanto, um movimento ilegal em boa parte de sua primeira infância. Isso significa que os documentos históricos batistas, ao contrário dos registros anglicanos ou, eventualmente, presbiterianos, não se confundem com os documentos oficiais do estado, o que os torna, no mais das vezes, relíquias de difícil acesso. Um tesouro sem mapa, por assim dizer. Além disso, é frequentemente difícil compreender a complexa relação entre os pastores/teólogos batistas e os historiadores batistas que lhes sucederam. Historiadores interpretam os documentos a partir de sua ótica, o que por vezes lança luzes, mas por vezes lança cinzas, sobre a real natureza de alguns fenômenos eclesiásticos. Como resultado desse cenário indistinto, a compreensão da identidade batista requer mais do que uma investigação doutrinária, mais do que uma incursão histórica, ela requer também uma peregrinação historiográfica.
O problema do batismo imersivo nos oferece um bom exemplo.
Em 1896, William Heth Witsitt, então presidente do Southern Baptist Theological Seminary, em Louisville, KY, publicou uma obra cujo título se impõe: A Question in Baptist History: Whether the Anabaptists in England Practiced Immersion Before the Year 1641? Em suma, Whitsitt indaga
Se esse povo inglês adotou, pela primeira vez o batismo por imersão e, assim, tornou-se, no ano de 1641 ou por volta de, os primeiros Batistas?
(A Question, p. 5)
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